No encerramento da exposição “A Memória dos Natais: dois museus, uma exposição” convidamos-lhe a relembrar o Natal, com distanciamento, sentido introspetivo e crítico.
Este projeto que resultou de uma parceria entre o Museu Quinta das Cruzes e o MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira foi uma iniciativa que reuniu obras das coleções destas duas instituições e desenvolve-se em torno das memórias, estórias e histórias do Natal, apresentando obras que cruzam objetos de culto ou representativos da natividade desde o século XV até à contemporaneidade.
Como curiosidade, deixamos nota que o primeiro presépio de que há memória foi criado na Itália em 1223 por São Francisco de Assis, numa gruta na cidade de Greccio. Este presépio, muito simples, apenas integrava as imagens referentes ao nascimento de Jesus e os animais que, segundo a lenda, o acompanharam na manjedoura.
Com o passar dos anos várias personagens começam a integrar o presépio. Refletiam a sociedade o quotidiano de cada época, assumindo, muitas vezes, uma postura de denúncia de hábitos e tradições, algumas vezes com sátira e humor. Na coleção do Museu Quinta das Cruzes são inúmeras as figuras de presépio que nos surpreendem e deliciam pelo seu caráter peculiar, expostas ao público, além das personagens centrais desta quadra, estão representados ofícios do quotidiano da época, como lavadeiras, soldados, músicos ou pastores e até registos mais exóticos, em referência à presença portuguesa nas colónias como é o caso do grupo de músicos montados num elefante.
Já a obra de Daniel Melim “(presépio madeirense) nascer e morrer todos os dias” (2016), pertença da coleção do MUDAS.Museu, também presente nesta exposição, propõe uma reflexão / diálogo crítico sobre esta celebração e os contextos sociais, económicos e políticos que encerra na actualidade. Uma composição gráfica repleta de pormenores, em que cada detalhe narra uma história que se cruza com a própria atualidade da Ilha e do seu quotidiano. Repleto de metáforas e analogias, este desenho transporta-nos, também, por uma viagem que se cruza e espelha a vivência dos Natais de outras épocas.
Para esta oficina em casa, propomos que, à semelhança do artista plástico Daniel Melim, faças uma observação crítica à actualidade e ao teu quotidiano, desafiando-te a “ocupar”, completar e/ou acrescentar “algo” ou “alguém” ao presépio tradicional e assim, através da criação dessa relação entre presença e ausência, encontrar espaço livre para manifestar experiências diversas do dia a dia em contexto de natal, do nosso Natal, mas, em particular do teu Natal.
Para materializar as tuas ideias poderás recorrer ao desenho e/ou pintura explorando o material plástico que mais te convier: grafite, carvão, pastel, tinta da china, aguarela, tinta acrílica, colagem, etc. Deixa que a criatividade te guie!
Por último, poderás partilhar connosco os teus resultados, fotografando-os e enviando-os por e-mail para o Museu Quinta das Cruzes (mqc.drc.srtc@madeira.gov.pt), bem como para o Museu de Arte Contemporânea da Madeira através do e-mail: mudas@madeira.gov.pt, devidamente identificados com o teu nome e idade.
Público alvo: público em geral e famílias (crianças a partir dos 6 anos).
Atividade gratuita.