Joalharia

Sagrada Família
Marca: HG, Hendrik Goltzius
1595-1600
Prata gravada
MQC 1786
Foto: 2009 Pedro Clode

O núcleo de peças de Joalharia do Museu Quinta das Cruzes é composto por 260 peças, e engloba espécimes de carácter religioso e profano, bem como pequenos objectos de adorno femininos e masculinos, doados, quase na sua totalidade, por César Filipe Gomes nos anos de 1946 e 1962.

Constituído, predominantemente, por peças de origem europeia dos séculos XVII a XIX, de onde se destaca o conjunto de peças de origem portuguesa de meados do século XVIII, este núcleo é fruto do interesse do doador, ourives de profissão, que reuniu este espólio ao longo de toda uma vida consagrada ao coleccionismo, à Joalharia e à Ourivesaria.

Nesta colecção é possível encontrarmos diversas tipologias tais como anéis, pendentes, brincos, travessas, fivelas, objectos de adorno e outros, miniaturas, caixas de rapé, relógios, bilheteiras, polvilheiras, etc., que complementam a exposição que pretende, na medida do possível, evocar vivências sociais.

Como expressão de estatuto social, de simples afectos pessoais, ou usada na perpetuação dos acontecimentos marcantes da vida, a Joalharia constituiu uma das manifestações mais comuns e universais de fascínio para o Homem.

Na sua confecção utilizaram-se materiais nobres de que Portugal beneficiou, dada a abundância de ouro e gemas oriundas de um vasto território ultramarino, que do Oriente se estendia ao Brasil passando por África, a partir do século XVI e até finais do século XVIII, situação que tornou particularmente favorável o desenvolvimento da Ourivesaria e Joalharia portuguesas.

Recentemente uma investigação feita por Bernardete Barros (Barros, Bernardete. Dona Guiomar de Sá Vilhena. Uma mulher do século XVIII. Funchal: S.R.T.C./C.E.H.A., 2001), estabeleceu uma possível relação entre o núcleo de jóias pertencente ao Museu Quinta das Cruzes e D. Guiomar de Sá Vilhena, como provável proprietária original.

De entre o núcleo da Joalharia, destacamos ainda uma importante colecção de entalhes e camafeus, que constituem o núcleo de Glíptica, que presentemente se encontra exposto na sala 7.